De degenerados e aventureiros a fortes portadores da brasilidade: a reabilitação dos trabalhadores nordestinos durante o Governo Vargas (1930-1940)
Resumo
Os trabalhadores migrantes nordestinos aparecem em alguns discursos da Revista do Conselho de Imigração e Colonização (CIC), imprensa do governo de Getúlio Vargas, como um sujeito avesso ao trabalho, perverso, aventureiro, degenerado biologicamente e doente. No entanto, também é possível identificar uma perspectiva de reabilitação e valorização desse sujeito, como o portador da brasilidade, forte, corajoso, ativo e conquistador. Neste sentido, o objetivo deste artigo é identificar as vertentes de pensamentos que cada uma dessas interpretações se alinhava e analisar o motivo que levou os nordestinos a serem valorizados nos discursos do governo. As informações obtidas na Revista do CIC foram analisadas com base na Análise do Discurso. Por um lado, os intelectuais colaboradores da Revista eram adeptos de teorias raciais e interpretavam os nordestinos como aventureiros e degenerados biologicamente. Por outro, atuavam os partidários do sanitarismo que defendiam que não era a raça que causava a morbidade e as doenças nos nordestinos, mas sim os fatores sociais, a falta de proteção, higiene e educação.
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