REDEMOCRATIZAÇÃO E REPRESSÃO:A VIOLÊNCIA ESTATAL E AS ARTICULAÇÕES EMPRESARIAIS-MILITARES PARA A CONTENÇÃO DO MOVIMENTO OPERÁRIO NA NOVA REPÚBLICA

Resumo

O ascenso do movimento operário a partir de 1978 consolidou um cenário político no qual a legitimidade do regime autoritário inaugurado pelo golpe de 1964 se encontrava permanentemente em xeque. Entretanto, mesmo pressionado em diversas frentes, o governo João Batista Figueiredo (1979-1985) foi capaz de manter o controle sobre a chamada "abertura política". Para isso, tanto segmentos do Estado quanto empresas privadas seguiram recorrendo a diversas modalidades da repressão contra os trabalhadores mobilizados. Levando em conta as evidências acerca dessa "aliança empresarial-militar", argumentamos que, para compreender a disputa sobre os rumos da chamada "redemocratização" brasileira, é preciso dar maior destaque à reformulação e à readequação das práticas repressivas dirigidas contra o operariado organizado, atentando para os métodos da repressão, os interesses articulados aos quais ela atendia e as responsabilidades compartilhadas em sua execução.


Redemocratization and Repression: state violence and the business-military articulations for the containment of the labor movement in the New Republic


Abstract. The rise of the labor movement from 1978 onwards consolidated a political scenario in which the legitimacy of the authoritarian regime inaugurated by the coup of 1964 was permanently in question. However, even when pressured on several fronts, the government led by João Batista Figueiredo (1979-1985) was able to keep control over the so-called "political overture". In order to concretize the interests of the ruling classes during the political transition, both segments of the state and private companies continued to utilize various forms of repression against the mobilized workers. Taking into account the evidence of this "business-military alliance", we argue that in order to understand the dispute about the direction of the so-called "redemocratization" of Brazil, we should emphasize the reformulation and re-adaptation of repressive practices directed against the organized workers, looking at the methods of repression, the articulated interests it served, and the shared responsibilities in its execution.


Keywords: dictatorship, repression, democratic transition; labor movement;
business-military alliance.


Redemocratización y Represión: la violencia estatal y las articulaciones empresariales-militares para la contención del movimiento obrero en la Nueva República


Resumen. El ascenso del movimiento obrero a partir de 1978 consolidó un escenario político en el que la legitimidad del régimen autoritario inaugurado por el golpe de 1964 se encontraba permanentemente en jaque. Sin embargo, aunque estuviera presionado en varios frentes, el gobierno João Batista Figueiredo (1979-1985) fue capaz de mantener el control sobre la "apertura política". Para materializar los intereses de las clases dominantes durante la transición, tanto segmentos del Estado como empresas privadas siguieron recurriendo a diversas modalidades de represión contra los trabajadores movilizados. Teniendo en cuenta las evidencias acerca de esta "alianza empresarial-militar", argumentamos que, para comprender la disputa acerca de los rumbos de la "redemocratización" brasileña, hay que dar mayor énfasis a la reformulación y a la readecuación de las prácticas represivas dirigidas contra los trabajadores organizados, atendiendo a los métodos de la represión, los intereses y las responsabilidades compartidas en su ejecución.


Palabras clave: dictadura; represión; transición democrática; movimiento obrero; alianza empresarial-militar.

Estatísticas de Download

Não há dados estatísticos.

Sobre o Autor

Mestre em Ciência Política e Doutorando em História pelo IFCH/UNICAMP.  

Publicado
2020-06-24
Como Citar
MARTINS, Richard de Oliveira. REDEMOCRATIZAÇÃO E REPRESSÃO:A VIOLÊNCIA ESTATAL E AS ARTICULAÇÕES EMPRESARIAIS-MILITARES PARA A CONTENÇÃO DO MOVIMENTO OPERÁRIO NA NOVA REPÚBLICA. , [S.l.], n. 16, p. 156-183, jun. 2020. ISSN 2317-8825. Disponível em: <http://revistacontinentes.com.br/index.php/continentes/article/view/272>. Acesso em: 18 maio 2024.
Seção
Dossiê